Uma MAV q não me impede de viver!!!
Capítulo 4
Então, sobre o primeiro beijo eu posso dizer que... gostei!!! hahaha
Depois disso percebi que eu não tinha nada de anormal, e que aquela diferença no meu rosto, não fazia diferença nenhuma...
Continuei então minha vida de adolescente responsável que eu fui, trabalhando durante o dia, estudando à noite, praticando o voleibol que eu tanto gostava... sempre com muitos amigos e muitas alegrias...
Claro que ter um hemangioma na face durante a juventude não é a coisa mais fácil desse mundo, mas nessa época eu até comecei a prender os cabelos.. coisa simples não é, mas eu os preferia soltos para tentar disfarçar um pouquinho... O pior, que depois que prendi a primeira vez não queria mais soltá-los...Coitadinhos dos meus cabelos, sofrem até hoje...
Voltando à área afetiva, porque nessa fase da vida não tem como desvincular a felicidade do "amor", preciso confessar que tive um amor não correspondido, nossa quanta tristeza por "achar" que amava, quem não me amava... :(
Resultado, acabei não ficando com o cara que eu julgava ser o mais gato do colégio, e por alguns minutos pensei que fosse por conta da minha malformação... Bobagem, depois de um tempo fiquei sabendo que o problema era outro, bem outro... mas não posso comentar em "rede nacional"... hahaha
Bem, ainda não recuperada do tal amor platônico, iniciei um outro romance, na verdade acho que começamos ficando meio de brincadeira, mas essa brincadeira rendeu um noivado e quase quatro anos de relacionamento...
Ainda no início do namoro, eu estava buscando outros meios para tratar o hemangioma, então fui apresentada à uma sala de hemodinâmica onde realizei minha primeira arteriografia, quando entrei na sala o que eu sabia é que se tratava de um procedimento simples e que dependendo do diagnóstico eu já poderia sair "lindinha", "perfeitinha"... Mas como nem tudo acontece como a gente quer, ao entrar na sala a primeira coisa que eu vi foi um desfibrilador... com toda a minha experiência ao longo dos meus 16/17 anos, não consegui encaixar um procedimento simples à existência de um desfibrilador bem à mão dos médicos... Eles me explicaram que era só uma prevenção... e no meu caso foi mesmo, correu tudo bem durante o exame, o problema ficou no resultado... Ainda internada recebi a notícia: "Seu caso não tem tratamento porque se tentarmos fazer alguma coisa você pode ficar na mesa"... ui, ui, ui me doi só de lembrar...
Agora imagina o nó que isso dá na cabeça de qualquer pessoa, pior ainda se ela for tão jovem... A esperança de cura, pra mim morreu naquela hora... e de brinde dentro de poucos dias, ganhei minha primeira crise enxaquecosa...
Nossa, essa época foi difícil, minha sorte era poder contar o tempo todo com meus pais herois, meu irmão, cunhada, sobrinho e vários familiares e amigos... Lembro que meu sobrinho que tinha uns 3 aninhos, me disse: " Lu, deita aqui (apontando para o seu colo) que eu cuido de você"... na inocência de criança acho que ele me falou tudo que eu precisava ouvir, ele demonstrou que todos estavam, extremamente, preocupados comigo e que por isso eu precisava reagir, e ao mesmo tempo ele me fez sentir que o carinho das pessoas que a gente ama cura qualquer dor...
Nesse período meu ex-noivo foi essencial na minha vida.. com seu excesso de cuidado, com muito amor e com seu ciúme exagerado, além de me fazer acreditar que eu era igualzinha às outras mulheres, ele também me libertava do meu labirinto de emoções.
Acho que foi todo esse amor, vindo de todos os lados que me fez enxergar que eu era muito maior que aquela mancha inchadinha que eu sempre tive no rosto... ela estava aumentando, tudo bem, eu também estava crescendo e ficando mais forte que ela..
Aí eu já estava com meus 20/21 anos, cursando faculdade de Ciências Contábeis, com dezenas de novos amigos e com inúmeras responsabilidades... Ah, e solteira... creio que não por falta de amor, mas por divergências de pensamentos o noivado terminou, mas a história continua, e é bem longa, prepare-se... :)
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